sábado, 18 de junho de 2011

Pregando a Palavra de Deus em Divina Pastora/SE Igreja Pentecostal Vencendo Vem Jesus

Pregando a Palavra de Deus em Cícero Dantas/BA dia 16/06/2011 Assembléia de Deus Perus

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pregando a Palavra de Deus em Cícero Dantas/BA dia 16/06/2011 Assembléia de Deus Perus


terça-feira, 14 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Plano de Saúde Divino

O Plano de Saúde Divino
Êx 15:26: ... Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.

Moisés foi educado em toda ciência dos egípcios (At 7:22)
Portanto tinha formação de médico e conhecia o “Papiro Ebers”, um livro médico escrito no Egito por volta de 1552 A.C. (Moisés e milhares de israelitas conheciam e usavam).

Alguns exemplos de cosméticos (tradução do original do “Papiro Ebers”)
Cabelo Branco: sangue de bezerro preto cozido em gordura de cascavel (para ungir).
Queda de cabelo: gordura de cavalo, hipopótamo, crocodilo, gato, cobra e cabrito montês (para ungir).
Para Fortalecer: dente de burro esmagado no mel.
Para tirar farpas: sangue de vermes e esterco de asno (tétano).

Outras Drogas (remédios)
Sangue de lagarto: dentes de porco - cascos de asno e excreção de animais e humanos.

Se você está espantado com os produtos usados, experimente ler a bula dos remédios que você dá para seu filho, e verá que em alguns casos é bem pior. Veja efeitos colateriais que causam sérios danos à saúde.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nas garras da Graça- Max Lucado parte 3

Pela primeira vez, o amontoador de pedras olhou para cima.
— Como você ousa falar com tanta irreverência? Meu pai não irá me perdoar facilmente. Eu pequei. Cometi um grande pecado! Ele nos disse para evitarmos o rio, e nós desobedecemos. Sou um grande pecador. Preciso trabalhar muito.
— Não, meu irmão, você não precisa de muito trabalho. Você pre­cisa de muita graça. Você não possui força nem pedras suficientes para construir a estrada. Foi por isso que nosso pai me enviou. Ele quer que eu o leve para casa.
— Está dizendo que não consigo? Está querendo dizer que não sou suficientemente forte? Veja meu trabalho. Veja minhas rochas. Eu já posso dar cinco passos!
— Porém ainda faltam cinco milhões à frente!
O irmão mais novo fitou o primogênito com raiva.
— Eu sei quem é você. Você é a voz do mal. Está tentando seduzir-me e afastar-me de meu santo trabalho. Para trás de mim, serpente! — E ele jogou no primogênito a pedra que ia pôr no rio.
— Herético! - gritou o construtor de estrada. - Deixe esta terra. Você não pode me fazer parar! Construirei esta passagem, e apresentar-me-ei ante meu pai. Então ele terá de perdoar-me. Eu conquistarei o seu favor. Serei merecedor da sua compaixão.
O primogênito balançou a cabeça.
— Favor conquistado não é favor. Compaixão merecida não é com­paixão. Eu lhe imploro, deixe-me transportá-lo rio acima.
A resposta foi outra pedrada. Então o primogênito virou-se e saiu. O irmão mais jovem estava esperando junto ao fogo, quando o primogênito retornou.
— Os outros não vêm?
— Não. Um preferiu indultar-se; o outro, julgar; e o terceiro, traba­lhar. Nenhum deles escolheu nosso pai.
— Então eles permanecerão aqui?
O primogênito balançou a cabeça devagar.
— Por enquanto.
— E nós voltaremos ao pai? — indagou o mais novo.
— Sim.
— Ele me perdoará?
— Teria ele me enviado, se não fosse assim?
E então, o mais jovem subiu nas costas do primogênito, e iniciaram a jornada para o lar.
***
Todos os irmãos receberam o mesmo convite. Cada um teve a opor­tunidade de ser carregado pelo irmão mais velho. O primeiro disse não, preferindo uma choupana de palha à casa de seu pai. O segundo disse não, preferindo analisar os erros de seu irmão, em vez dos seus próprios. O terceiro disse não, achando que seria melhor causar uma boa impressão que fazer uma confissão honesta. E o quarto disse sim, escolhendo a gratidão em lugar da culpa.
“Serei indulgente comigo mesmo” — resolveu um dos filhos. “Compararei os outros a mim mesmo” — optou o outro.
“Eu mesmo serei o meu salvador” — determinou o terceiro. “Confiar-me-ei a você” — decidiu o quarto.
Posso fazer-lhe uma indagação crucial? Lendo sobre esses irmãos, qual deles descreve seu relacionamento com Deus? A exemplo do quar­to filho, você tem reconhecido sua incapacidade de fazer sozinho a jornada para o lar? Você tem aceitado a mão estendida de seu Pai? Você está preso nas garras da sua graça?
Ou você tem agido como um dos outros três filhos?
Um hedonista. Um judicialista. Um legalista. Iodos ocupados con­sigo mesmos, rejeitando o pai. Paulo discorre sobre esses três nos pri­meiros três capítulos de Romanos. Demos uma olhada em cada um.

O Hedonista Construtor de Cabanas
Romanos 1.21-32
Você pode identificar o construtor de cabanas? Ele troca sua paixão pelo castelo por um amor da planície. Em vez de ansiar pelo lar, deci­de-se por uma cabana. A meta de sua vida é o prazer. Essa é a definição de hedonismo, e tal é a prática desse filho.
O hedonista dirige sua vida como se não houvesse pai em seu pas­sado, presente, ou futuro. Talvez haja existido um pai em algum lugar, nalgum passado remoto, a muito tempo atrás... mas e quanto ao aqui e agora? O filho viverá sem ele. Talvez haja, num futuro distante, um pai que venha e o reclame, mas e quanto a hoje? O filho tocará a vida ao seu próprio modo. Em vez de apropriar-se do futuro, ele satisfaz-se com o presente.
Paulo tinha tal pessoa em mente, quando disse “E mudaram a gló­ria do Deus incorruptível em semelhança de imagem de homem cor­ruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis... e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamen­te” (Rm 1.23, 25). Os hedonistas fazem pobres permutas; trocam man­sões por choupanas, e o irmão por um estranho. Trocam a casa do pai por um gueto na ladeira, e mandam embora o irmão.
MAPEANDO A PARÁBOLA

O Hedonista Construtor de Cabanas
Romanos 1.18-32
O Judicialista
Censor
Romanos 2.1-11
Estratégia
Indulgente comigo mesmo
Comparar a mim mesmo
Meta
Satisfazer minhas paixões
Monitorar meu vizinho
Descrição
Amante do prazer
Dedo-duro
Personalidade
Boa-vida
Orgulhoso
Auto-análise
Posso ser mau, mas e daí?
Posso ser mau, mas sou melhor que...
Teologia
Descuidado de Deus
Tentar distrair a Deus
Grande lema
“A vida é curta. Divirta-se.
Deus está de olho em você, e eu também
Queixa
Não posso folgar o bastante.
Não poso ver o bastante
Animal favorito
Gato
Cão de guarda
Gasta tempo olhando
O menu de opções
A cerca do vizinho
Visão da graça
Quem, eu?
Sim, você!
Visão do pecado
Ninguém é culpado
Ele é culpado.
Ética de trabalho
O que eu faço é da minha conta.
O que você faz é da minha conta.
Expressão favorita
Viva a vida!
Endireite-se!
Limites
Se lhe parece agradável, faça-o.
Se lhe parece agradável, não o faça.
Condição
Enfadado
Amargo
Pronunciamento de Paulo
Você não tem desculpas para as coisas que faz.
Você não tem autoridade para julgar.
Verso chave
“Deus os entregou às concupiscências do seu coração” (Rm 1.24)
Portanto és inescusável quando julgas, sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, fazes o mesmo

MAPEANDO A PARÁBOLA
O Legalista Amontoador de Pedras
Romanos 2.17-3.20
O Cristão Conduzido Pela Graça
Romanos 3.21-25
Salvar a mim mesmo
Confiar-me a Cristo
Avaliar meus méritos
Conhecer meu pai
Sobrecarregado
Amante de Deus
Estressado
Sereno
Posso ser mau, mas se eu trabalhar duro...
Posso ser mau, mas sou perdoado.
Subornar Deus
Busca de Deus
Eu devo. Eu devo, e vou trabalhar.
Não sou perfeito, mas sou perdoado.
Não posso trabalhar o bastante.
Não posso agradecer-lhe o bastante.
Castor
Águia
A lista de exigências
A abundância das bênçãos divinas
Eu, não!
Sim, eu.
Eu sou sempre culpado.
Eu era culpado.
O que Deus requer, eu faço.
O que Deus faz é da minha conta.
Ao trabalho!
Obrigado!
Se lhe parece agradável, interrompa-o.
Se lhe parece agradável, examine-o.
Exausto
Agradecido
Você não tem solução para o seu problema.
Você não tem porque temer.
“Àquele que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo graça, mas segundo a dívida” Rm 4.4,5
“Mas o justo viverá da fé” Rm 1.17

O Judicialista Acusador
Romanos 2. 1-11
A proposta do segundo filho era simples: Por que tratar de meus próprios erros, quando posso enfocar os erros alheios?
Ele é um judicialista. Eu posso ser mau, mas desde que consiga encontrar alguém pior, estou salvo. Ele alimenta sua benevolência com as faltas de outrem. Se auto indica como o queridinho do professor na escola primária. Tagarela sobre o trabalho malfeito dos outros, esque­cendo-se do zero em sua própria folha. Ele é o cão de guarda da vizi­nhança, mandando as pessoas porem em ordem as suas vidas, mas nunca notando o lixo em sua própria calçada.
“Venha, Deus, deixe-me mostrar-lhe as más ações de meu vizinho” — convida o moralista. Deus, porém, não o segue até o vale. “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, fazes o mesmo” (Rm 2.1). Esse é um golpe baixo, e Deus não cairá nele.
O Legalista Amontoador de Pedras
Romanos 2.17-3.20
E então, vamos ao irmão do rio. Ahhh, aqui está um filho que nós respeitamos. Diligente. Industrioso. Zeloso. Enérgico. Aqui está um companheiro que enxerga os próprios pecados, e propõe-se a resolvê-los sozinho. Sem dúvida, ele merece nossos aplausos. Seguramente, é digno de imitação. E, mais certo ainda, é merecedor da misericórdia paterna. Não irá o pai escancarar as portas do castelo, quando vir o quão duro este filho tem trabalhado para chegar ao lar?
Sem ajuda do pai, o legalista está tentando resolver a pendência e vadear o rio da falta. Certamente, o pai ficará feliz em vê-lo. Isto é, se o pai o vir.
Note bem, o problema não é a afeição do pai, mas a força do rio. O que puxou o filho para longe da casa paterna não foi um regato suave, mas uma tempestuosa corrente. Seria o filho suficientemente forte para construir um caminho, rio acima, para a casa do pai?
Duvidoso. Nós, certamente, não conseguiríamos. “Não há um jus­to, nem um sequer” (Rm 3.10). Oh, contudo, nós tentamos. Não amon­toamos pedras num rio, mas fazemos boas obras na terra. Nós pensamos: Se eu fizer isto, Deus me aceitará. Se eu der aula na Escola dominical... e pegamos uma pedra. Se eu for à igreja... e colocamos a pedra no rio. Se eu der este dinheiro... outra pedra. Se eu aturar o livro do Max Lucado... dez grandes pedras. Se eu ler minha Bíblia, tiver a opinião correta sobre a doutrina cer­ta, se eu participar desse movimento... pedra sobre pedra, sobre pe­dra.
O problema? Você pode dar cinco passos, restam porém cinco mi­lhões à frente. O rio é longo demais. O que nos separa de Deus não é um córrego raso e manso, mas uma caudalosa corrente, uma cachoei­ra, um opressivo rio de pecados. Nós ajuntamos, amontoamos e empilhamos, apenas para descobrir que mal podemos pisar, muito menos progredir.
O impacto sobre os amontoadores de pedras é notadamente previ­sível: desespero ou arrogância. Eles desistem, ou tornam-se orgulho­sos. Pensam que jamais o farão, ou acreditam-se os únicos capazes de fazê-lo. É estranho como duas pessoas podem olhar para as mesmas pedras amontoadas, e uma pender a cabeça, enquanto a outra estufa o peito.
Tal condição pode ser chamada de ateísmo religioso. Este é o lema por trás do ousado pronunciamento de Paulo: “Somos todos pecado­res, cada um de nós, afundando no mesmo barco com todos eles” (Rm 3.19).
Ímpio ou Piedoso?
Que trio, não!
O primeiro, num banquinho rústico.
O segundo, na cadeira do juiz.
O terceiro, no banco da igreja.
Embora possam parecer diferentes, há muita semelhança entre eles. Todos estão separados do pai. E nenhum está pedindo ajuda. O pri­meiro é indulgente com a própria paixão; o segundo monitora seu vizinho; e o terceiro confia nos próprios méritos. Auto-satisfação. Auto-justificação. Auto-salvação. A palavra operante é auto. Auto-suficiente. “Não se importam com Deus, nem tampouco com o que Ele pensa deles” (Rm 3.18 BV)
A palavra usada por Paulo é ateísmo (Rm 1.18). A palavra define a si própria. Uma vida desprovida de Deus. É mais que desdenhar a Deus; é descuidar de sua existência. O desdém ao menos admite sua presen­ça; o ateísmo, não. Enquanto o desdém leva o povo à irreverência, o descuido o faz agir como se Deus fosse irrelevante, como se ele não contasse na jornada.
Como Deus responde aos ímpios? Por certo, não frivolamente. “Por­que do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (Rm 1.18). Paulo não aliviou. Deus está justamente irado com as ações de seus filhos.
Posso desde já prepará-lo: os primeiros capítulos de Romanos não são exatamente otimistas. Paulo dá-nos as más notícias, antes das boas. Eventualmente, ele nos dirá que somos todos candidatos à graça, mas não antes de provar que somos todos, desesperadamente, pecadores. Temos de ver a desordem em que estamos, antes de apreciar o Deus que temos. Antes de recebermos a graça de Deus, devemos entender a sua ira.

Nas garras da Graça- Max Lucado parte 2

Tenho o pressentimento de que alguns de vocês sabem do que es­tou falando. Você vem usando um traje feito por si mesmo. Você tem confeccionado suas vestimentas, honrado suas obras religiosas, e... já notou um rasgo no tecido. Antes que você comece a remendar-se a si próprio, gostaria de partilhar com você alguns pensamentos sobre a maior descoberta de minha vida: a graça de Deus.
Minha estratégia é que gastemos algum tempo escalando as monta­nhas da Epístola de Paulo aos Romanos. Escrita para auto-suficientes, essa epístola contrasta a posição de pessoas que preferem envergar trajes feitos por si próprias, com a daquelas que, alegremente, aceitam o manto da graça. Romanos é o maior tratado já escrito sobre a graça. Você achará o ar fresco e a visão clara.
Martinho Lutero chamou Romanos de “A parte fundamental do Novo Testamento e... verdadeiramente, o mais puro Evangelho”. Deus usou o livro de Romanos para mudar as vidas (e o guarda-roupa) de Lutero, John Wesley, João Calvino, William Tyndale, Agostinho, e mi­lhões de outros.
Há inúmeras razões para pensar que Ele fará o mesmo a você.
Max Lucado
Memorial Day, 1996


1. A Parábola do Rio
Romanos 1.21-32
Havia outrora cinco irmãos, que moravam com o pai num castelo, no alto de uma montanha. O mais velho era um filho obediente. Seus quatro irmãos, todavia, eram rebeldes. O pai tinha-lhes grande cuidado por causa do rio; já lhes havia implorado que ficassem distante da margem, para que não fossem varridos pelo refluxo da maré. Mas eles não ligavam; a atração do rio era-lhes demasiadamente forte.
A cada dia, os quatro irmãos rebeldes arrisca­vam-se cada vez mais perto do rio, até que, uma vez, um deles atreveu-se a tocar a água.
— Segurem a minha mão — gritou ele. — As­sim não cairei.
E seus irmãos o fizeram. Quando ele porém tocou a água, o repuxo arrastou-o com os outros três para dentro da correnteza, rolando-os rio abaixo.
Foram despencando de rocha em rocha, girando no leito do rio. Arrastados pelas vagas, eles se foram. Seus gritos de socorro perde­ram-se na fúria do rio. Embora se debatessem tentando recuperar a estabilidade, foram impotentes contra a força da correnteza. Depois de horas de esforço, renderam-se ao puxão do rio. As águas finalmen­te lançaram-nos à margem, numa terra estranha, num distante país. O lugar era estéril.
Um povo selvagem habitava aquela terra. Não era segura como o lar que eles tinham.
Ventos frios gelavam a terra. Não era quente como o lar que possu­íam.
Montanhas inóspitas assinalavam a terra. Não era convidativa como o lar que conheciam.
Embora não soubessem onde estavam, de uma coisa tinham certe­za: não haviam sido feitos para aquele lugar. Por um longo tempo, os quatro jovens irmãos ficaram deitados na margem, atordoados com a queda, e sem saber para onde se voltarem. Após algum tempo, reuni­ram coragem e tornaram a entrar na água, esperando andar rio acima. Mas a correnteza era demasiadamente forte. Tentaram caminhar ao longo da margem, porém o terreno era íngreme demais. Considera­ram a possibilidade de subir as montanhas, contudo, o cimo era muito alto. Além de tudo, não conheciam o caminho.
Finalmente, fizeram um fogo, e sentaram-se à volta.
— Não deveríamos ter desobedecido nosso pai — admitiram eles. — Estamos a grande distância de casa.
Com o passar do tempo, os filhos aprenderam a sobreviver na terra estranha. Encontraram nozes para alimento, e mataram animais para ter as peles. Eles tinham determinado não esquecer a terra natal, nem abandonar as esperanças de retornar. A cada dia, os quatro aplicavam-se à tarefa de achar alimento e construir abrigo. A cada noite, acendi­am o fogo e contavam histórias de seu pai e do irmão mais velho, ansiando por vê-los novamente.
Então, numa noite, um dos irmãos ausentou-se da fogueira. Os outros o encontraram, na manhã seguinte, no vale com os selvagens. Ele havia construído uma choupana de barro e palha.
— Tenho me cansado de nossas conversas — confessou ele. — De que adianta recordar? Além de que, esta terra não é tão ruim. Vou construir uma grande casa e estabelecer-me aqui.
— Mas aqui não é nosso lar. — Objetaram os outros.
— Não. Mas será, se vocês não pensarem no verdadeiro
— Mas, e nosso pai?
— O que tem ele? Ele não está aqui. Não está por perto. Devo viver para sempre na expectativa de sua chegada? Estou fazendo novos ami­gos; estou aprendendo novos caminhos. Se ele vier, muito que bem, mas eu não vou parar minha vida.
E assim, os outros três deixaram o construtor de cabanas, e se fo­ram. Eles continuaram a se encontrar em volta do fogo, falando do lar e sonhando com o retorno.
Alguns dias depois, o segundo irmão faltou ao encontro da foguei­ra. Na manhã seguinte, os outros dois o acharam no alto de uma ladei­ra, fitando a cabana de seu irmão.
— Que desgosto — desabafou ele, quando os dois se aproximaram. — Nosso irmão é um fracasso total. Um insulto ao nome de nossa famí­lia. Podem imaginar um ato mais desprezível? Construindo uma caba­na, e esquecendo nosso pai?!
— O que ele está fazendo é errado — concordou o mais jovem. — Mas o que fizemos é igualmente mau. Nós desobedecemos. Tocamos o rio. Ignoramos as advertências de nosso pai.
— Bem, podemos ter cometido um ou dois enganos, mas compa­rados àquele coitado da choupana, nós somos santos. Papai vai perdo­ar nosso pecado, e castigar a ele.
— Venha — instaram os dois irmãos. — Volte ao fogo conosco.
— Não. Acho que devo manter o olho em nosso irmão. Alguém precisa conservar uma recordação de seus erros para mostrar a papai.
Assim, os dois retornaram, deixando um irmão construindo e o outro julgando.
Os dois filhos remanescentes ficaram perto do fogo, encorajando-se mutuamente e falando do lar. Então, ao acordar numa manhã, o mais novo achou-se sozinho. Procurou pelo irmão, e encontrou-o per­to do rio, amontoando pedras.
— As coisas não são assim — explicou o amontoador de pedras, enquanto trabalhava. — Meu pai não vem a mim. Eu devo ir a ele. Eu o ofendi. Insultei-o. Falhei com ele. Há apenas uma opção: construirei um caminho de pedras sobre o rio, e irei até a presença de nosso pai. Pedra sobre pedra, eu as amontoarei até que sejam suficientes para eu viajar rio acima, em direção ao castelo. Ao ver quão duro eu tenho trabalhado, e quão diligente tenho sido, nosso pai não terá escolha: aluirá a porta, e me deixará entrar em sua casa.
O último irmão não soube o que dizer. Voltou a sentar-se sozinho junto ao fogo. Certa manhã, ouviu atrás de si uma voz familiar.
— Papai mandou-me buscar vocês, e levá-los para o lar. Levantando os olhos, ele viu a face de seu irmão mais velho.
— Você veio buscar-nos! — Gritou ele. E ambos ficaram abraçados por um longo tempo.
— E os outros? — Perguntou finalmente o mais velho.
— Um fez uma casa aqui. O outro o está olhando. E o terceiro está construindo um caminho sobre o rio.
E assim, o primogênito pôs-se a procurar os irmãos. Foi primeiro à choupana de palha, no vale.
— Fora, estranho! — enxotou o seu irmão, pela janela. — Você não é bem-vindo aqui!
— Eu vim para levá-lo ao lar.
— Mentira! Você veio pegar minha mansão!
— Isto não é uma mansão — ponderou o primogênito — É uma choupana.
— É uma mansão! A mais bela da planície. Eu a construí com mi­nhas próprias mãos. Agora, vá embora. Você não pode ficar com mi­nha mansão.
— Você não se lembra da casa de seu pai?
— Não tenho pai.
— Você nasceu num castelo, numa terra distante, onde o ar é cáli­do, e os frutos, abundantes. Você desobedeceu a seu pai, e acabou nesta terra estranha. Eu vim a fim de levá-lo para casa.
O irmão perscrutou a face do primogênito através da janela, como se estivesse vendo um rosto já visto num sonho. Mas a pausa foi curta, pois, de repente, os selvagens atopetaram a janela também.
— Vá embora, intruso! — exigiram eles. — Esta casa não é sua.
— Vocês estão certos — respondeu o primogênito. — Mas vocês não são nada dele.
Os olhos dos dois irmãos encontraram-se novamente. Mais uma vez o construtor sentiu um aperto no coração, mas os selvagens havi­am conquistado sua confiança.
— Ele quer apenas a sua mansão — gritaram eles. — Mande-o embora! E ele o mandou.
O primogênito foi procurar o segundo irmão. Não teve de ir muito longe. Sobre a ladeira, próximo à cabana, ao alcance da vista dois selva­gens, estava o irmão acusador. Ao ver o primogênito aproximando-se, ele alegrou-se:
— Que bom que você está aqui para ver o pecado de nosso irmão! Você está sabendo que ele voltou as costas ao castelo? Está sabendo que ele nunca mais falou de casa? Eu sabia que você viria, e tenho anotado cuidadosamente as ações dele. Castigue-o! Eu aplaudirei a sua ira. Ele a merece! Trate dos pecados de nosso irmão.
O primogênito falou suavemente:
— Precisamos cuidar de seus pecados primeiro.
— Meus pecados?
— Sim, você desobedeceu o papai.
O irmão deu uma risada sarcástica, e esmurrou o ar.
— Meus pecados não são nada. Lá está o pecador — acusou ele, apontando para a cabana. Deixe-me contar-lhe dos selvagens que fi­cam lá...
— Prefiro que me fale de si mesmo.
— Não se preocupe comigo. Deixe-me mostrar a você quem é que precisa de ajuda — insistiu ele, correndo em direção à choupana. — Venha, nós espiaremos pela janela. Ele nunca me vê. Vamos juntos. — E ele chegou à cabana, antes de perceber que seu irmão mais velho não o seguira.
Depois disso, o primogênito encaminhou-se para o rio. Lá, achou o terceiro irmão, afundado na água até os joelhos, amontoando pedras.
— Papai mandou-me levar você para casa. O outro nem levantou os olhos.
— Não posso conversar agora. Devo trabalhar.
— Papai sabe que você caiu. Contudo, ele o perdoará.
— Ele pode — interrompeu o irmão, esforçando-se por manter o equilíbrio contra a correnteza. Mas antes tenho de chegar ao castelo. Devo construir um atalho sobre o rio. Primeiro lhe mostrarei que sou digno. Então, pedirei sua misericórdia.
— Ele já teve misericórdia de você. Eu o transportarei rio acima. Você jamais será capaz de construir um atalho. O rio é tão comprido! A tarefa é grande demais para você. Papai mandou-me carregá-lo para casa. Eu sou forte.

Nas garras da Graça- Max Lucado parte 1

Minha única qualificação para escrever um livro sobre a graça é a roupa que uso. Deixe-me expli­car.
Durante anos, possui um elegante terno, com paletó, calça, e até um chapéu. Considerava-me totalmente garboso nesse conjunto, e estava cer­to de que os outros eram da mesma opinião.
As calças, talhei-as do tecido de minhas boas obras, fortemente urdido de trabalhos realizados e projetos completados. Alguns estudos aqui, al­guns sermões ali. Muita gente elogiava minhas calças, e, confesso, eu tinha a tendência de puxá-las em público para que as pessoas pudessem notá-las.
O paletó era igualmente impressionante; teci­do de minhas convicções. A cada dia, eu me ves­tia em profundo sentimento de fervor religioso. Minhas emoções eram absolutamente fortes. Tão fortes que, para dizer a verdade, muitas vezes eu era solicitado a exibir meu manto de zelo em público, a fim de inspirar a outrem. Claro, eu aquiescia feliz.
Enquanto isso, tinha também de expor meu chapéu — um quepe emplumado de sabedoria, feito por minhas próprias mãos, tecido com fibras de opinião pessoal. Eu o usava orgulhosamente.
Certamente, Deus está impressionado com minhas vestes, pensa­va eu com freqüência. Ocasionalmente, impertigava-me em sua pre­sença para que Ele pudesse elogiar meus trajes feitos sob medida. Ele nunca falava. Seu silêncio deve significar admiração, convenci a mim mesmo.
Mas então o meu guarda-roupa começou a deteriorar-se. O tecido de minhas calças esgarçou-se. Minha melhor obra, ei-la a desintegrar-se. O que eu fazia já não podia concluir, e o pouco que intentava já não me constituía motivo de orgulho.
Não há problema, pensei. Vou trabalhar duro. Mas o trabalho duro era um problema. Havia um buraco em meu paletó de convicções. Minha determinação estava puída. Um vento frio golpeou-me o peito. Agarrei meu chapéu, e puxei-o firmemente para baixo. A aba rasgou-se em minhas mãos.
Após um período de poucos meses, meu guarda-roupa de justiça própria desfez-se completamente. De cavalheiro vestido sob medida, passei a mendigo esfarrapado. Receando pudesse Deus agastar-se com os meus trapos, remendei-os melhor que pude, e cobri meus erros. As roupas porém estavam muito gastas. E o vento era gelado. Desisti. Voltei para Deus. (O que mais podia fazer?)
Numa quinta-feira invernal, entrei em sua presença, buscando não aplausos, mas aconchego. Minha oração foi débil.
— Sinto-me nu.
— Você está nu. E tem estado assim por um longo tempo. O que Ele fez a seguir, jamais esquecerei.
— Tenho algo para lhe dar — disse-me ele. E gentilmente removeu o restante dos fiapos, e apanhou um manto — um manto real, uma veste de sua própria bondade. Colocou-o em torno de meus ombros. Suas palavras soaram cheias de ternura: — Meu filho, agora você está vestido com Cristo. (Ver Gl 3.27).
Embora houvesse cantado o hino milhares de vezes, só então o compreendi:

Vestido unicamente de sua justiça,
Irrepreensível perante o trono.

João Wesley - um herói da fé - 3

Atribuiu a sua saúde às seguintes regras: 1) Ao exercí­cio constante e ar fresco. 2) Ao fato de nunca, mesmo doen­te ou com saúde, em terra ou no mar, haver perdido uma noite de sono desde o seu nascimento. 3) À habilidade de dormir, de dia ou de noite, ao sentir-se cansado. 4) Ao fato de observar a regra por mais que sessenta anos de se levan­tar às 4 horas da manhã. 5) Ao costume de sempre orar às 5 da manhã, durante mais que cinqüenta anos. 6) Ao fato de quase nunca sofrer de dor, desânimo ou cuidado durante a vida inteira.
Não nos devemos esquecer da fonte desse vigor que João Wesley manifestava. Passava duas horas diariamente em oração, e muitas vezes mais. Iniciava o dia às quatro horas. Certo crente que o conhecia intimamente, assim es­creveu acerca dele: "Considerava a oração a coisa mais im­portante da sua vida e eu o tenho visto sair do quarto com a serenidade de alma visível no rosto até quase brilhar".
A qualquer história da vida de João Wesley faltará o ponto principal, se não se fizer menção dos cultos de vigília que se realizavam uma vez por mês entre os crentes. Esses cultos se iniciavam às 20 horas e continuavam até depois da meia-noite - ou até cair o Espírito Santo sobre eles. Ba­seavam tais cultos sobre as referências no Novo Testamen­to, de noites inteiras passadas em oração. Foi assim que al­guém se referiu ao sucesso: "Explica-se o poder de Wesley pelo fato de ele ser 'homo unius libri', isto é, um homem de um livro, e esse Livro é a Bíblia".
Pouco antes da sua morte, escreveu: "Hoje passamos o dia em jejum e oração para que Deus alargasse a sua obra. Só encerramos depois de uma noite de vigília, na qual o co­ração de muitos irmãos foi grandemente confortado".
No seu diário, João Wesley escreveu, entre outras coi­sas, sobre oração e jejum, o seguinte: "Enquanto cursava em Oxford... jejuávamos às quartas e às sextas-feiras, como faziam os crentes primitivos em todos os lugares. Es­creveu Epifânio (310-403): 'Quem não sabe que o jejum das quartas e das sextas-feiras é observado pelos crentes do mundo inteiro?"' Wesley continuou: "Não sei porque eles guardavam esses dois dias, mas é boa a regra; se lhes ser­via, também me serve. Contudo, não quero dar a entender que o único tempo de jejuar seja esses dois dias da semana, porque muitas vezes é necessário jejuar mais do que dois dias. É necessário permanecer sozinho e na presença de Deus, enquanto jejuamos e oramos, para que Deus possa mostrar-nos a sua vontade e dar-nos direção. Nos dias de jejum devemos afastar-nos, o mais possível, de todo servi­ço, de fazer visitas e das diversões, apesar dessas coisas se­rem lícitas em outras ocasiões".
Seu gozo em pregar ao ar livre não diminuiu na velhice: Em 7 de outubro de 1790, pregou pela última vez fora de casa, sobre o texto: "O reino de Deus está próximo, arrependei-vos, e crede no Evangelho". "A palavra manifes­tou-se com grande poder e as lágrimas do povo corriam em torrentes".
Um por um, seus fiéis companheiros de luta, inclusive sua esposa, foram chamados para o descanso, mas João Wesley continuava a trabalhar. Com a idade de 85 anos, seu irmão, Carlos, foi chamado pelo Senhor e João sentou-se perante a multidão, cobrindo o rosto com as mãos, para esconder as lágrimas que lhe corriam pelas faces. Seu ir-mão a quem amava tanto durante tão longo tempo, partira e ele, agora, tinha de trabalhar sozinho.
Em 2 de março de 1791, com a idade de quase 88 anos, completou a sua carreira terrestre. Durante toda a noite anterior, não cessaram em seus lábios o louvor e a adora­ção, pronunciando estas palavras: "As nuvens distilam a gordura". Sua alma saltou de alegria com a antecipação das glórias do lar eterno e exclamou: "O melhor de tudo é que Deus está conosco". Então, levantando a mão, como se fosse o sinal da vitória, novamente repetiu: "O melhor de tudo é que Deus está conosco". Às 10 horas da manhã, en­quanto os crentes rodeavam o leito, em oração, ele disse: "Adeus!", e assim passou para a presença do Senhor.
Um crente que assistiu à sua morte, assim relatou o ato: "A presença divina pairava sobre todos nós; não exis­tem palavras para descrever o que vimos no seu semblan­te! Quanto mais o fitávamos, tanto mais víamos parte dos indizíveis céus".
Calcula-se que dez mil pessoas em desfile passaram diante do ataúde para ver o rosto que ainda retinha um sorriso celestial. Por causa das grandes massas que afluí­ram para honrá-lo, foi necessário enterrá-lo às cinco horas da manhã.
João Wesley nasceu e criou-se em um lar onde não ha­via abundância de pão. Com a venda dos livros da sua au­toria ganhou uma fortuna, com a qual contribuía para a causa de Cristo; ao falecer, deixou no mundo "duas colheres, uma chaleira de prata, um casaco velho" e dezenas de milhares de almas, salvas em épocas de grande decadência espiritual.
A tocha em Epworth foi arrebatada do fogo, em Aldersgate e Fetter Lane começou a arder intensamente, e conti­nua a iluminar milhões de almas no mundo inteiro.

João Wesley - um herói da fé - 2

"Os meninos no lar de Samuel Wesley aprenderam o valor que há em observar fielmente os cultos. Não há em outras histórias fatos tão profundos e atraentes como o que consta acerca dos filhos de Samuel e Susana Wesley, pois antes de saberem ajoelhar-se ou falar, eram instruídos a dar graças pelo alimento, por meio de acenos apropriados. Logo que aprendiam a falar, repetiam a Oração Dominical de manhã e à noite; e eram ensinados, também, a acres­centar outros pedidos, conforme o seu desejo... Ao chega­rem à idade própria, um dia da semana era designado a cada filho, para conversar sobre as 'dúvidas e dificulda­des'. Na lista aparecem os nomes de João, para quarta-feira, e o de Carlos, para o sábado. E para os filhos, o dia de cada um tornou-se precioso e memorável... É comovente ler o que João Wesley, vinte anos depois de sair da casa pa­terna disse à sua mãe: "Em muitas coisas a senhora tem intercedido por mim e tem prevalecido. Quem sabe se ago­ra também, na intercessão para que eu renuncie inteira­mente o mundo, terá bom êxito?... Sem dúvida será tão eficaz para corrigir o meu coração, como era então para formar o meu caráter."
Depois do espetacular salvamento de João do incêndio, sua mãe, profundamente convencida de que Deus tinha grandes planos para seu filho, resolveu firmemente criá-lo para servir e ser útil na obra de Cristo. Susana escreveu es­tas palavras nas suas meditações particulares: "Senhor, esforçar-me-ei mais definitivamente em prol desta crian­ça, a qual salvaste tão misericordiosamente. Procurarei transmitir-lhe fielmente ao coração os princípios da tua re­ligião e virtude. Senhor, dá-me a graça necessária para fazer isso sincera e sabiamente, e abençoa os meus esforços com grande êxito!"
Ela era tão fiel, em cumprir sua resolução, que João foi admitido a participar da Ceia do Senhor, com a idade de oito anos.
Nunca se omitia o culto doméstico do programa do dia, no lar de Samuel Wesley. Fosse qual fosse a ocupação dos membros da família, ou dos criados, todos se reuniam para adorar a Deus. Na ausência do marido, Susana, com o co­ração aceso pelo fogo dos céus, dirigia os cultos. Conta-se que, certa vez, quando ele prolongou a ausência mais do que de costume, trinta e quarenta pessoas assistiram aos cultos no lar dos Wesley e a fome pela Palavra de Deus au­mentou, a ponto de a casa ficar repleta das pessoas da vizi­nhança que assistiam aos cultos.
A família do pastor Samuel Wesley vivia rodeada de pobreza, mas pela influência do Duque de Buckinghan, conseguiram um lugar para João na Charterhouse, em Londres. Assim, o menino, antes de completar onze anos, deixou a atmosfera fragrante de oração ardente, para en­frentar as porfias de uma escola pública. Contudo, não ce­deu ao ambiente de pecado de que estava rodeado. Conser­vava, também, as suas forças físicas, obedecendo fielmen­te o conselho de seu pai, que corresse três vezes, de madru­gada, em redor do grande jardim da Charterhouse. Tomou como regra da sua vida, dali em diante, manter o vigor do corpo. Aos 80 anos, apesar de seu físico franzino, conside­rava coisa insignificante andar de pé uma légua e meia, para pregar.
Conta-se um exemplo da influência que João exercia sobre seus colegas de Charterhouse. Certo dia o porteiro sentiu falta dos meninos no terraço de recreio e foi achá-los em uma das salas, congregados em redor de João. Este contava-lhes histórias instrutivas, as quais atraíam mais do que o recreio.
Acerca deste tempo, João Wesley escreveu: "Eu parti­cipava de várias coisas que reconhecia como sendo pecado, embora não fossem escandalosas aos olhos do mundo. Con­tudo, continuei a ler as Escrituras e a orar de manhã e à noite. Baseava a minha salvação sobre os seguintes pontos:1) Não me considerava tão perverso como o próximo. 2) Conservava a inclinação de ser religioso. 3) Lia a Bíblia, assistia aos cultos e fazia oração".
Depois de estudar seis anos na Charterhouse, Wesley cursou em Oxford, tornando-se proficiente no latim, grego, hebraico e francês. Mas seu interesse principal não era o intelecto. Sobre esse assunto ele escreveu: "Comecei a re­conhecer que a religião verdadeira tem a sua fonte no cora­ção... reservei duas horas, todos os dias, para ficar sozinho com Deus. Participava da Ceia do Senhor de oito em oito dias. Guardei-me de todo o pecado, quer de palavras, quer de atos. Assim, na base das boas obras que praticava, eu me considerava um bom crente".
João se esforçava para levantar-se todos os dias às qua­tro horas. Por meio de anotações que escrevia diariamente de tudo que fazia durante o dia, conseguia dar conta de seu tempo para não desperdiçar um momento. Continuou a observar esse costume até quase o último dia da sua vida.
Certo dia, quando ainda jovem, assistiu a um enterro em companhia de um moço, e conseguiu levá-lo a Cristo, ganhando, assim, a primeira alma para seu Salvador. Al­guns meses depois, com a idade de 24 anos, e depois de um período de oração, foi separado para o diaconato.
Enquanto estudava em Oxford, ajuntava-se ali um pe­queno grupo dos estudantes para orar, estudar as Escritu­ras juntos diariamente, jejuar às quartas e sextas-feiras, visitar os doentes e encarcerados e confortar os criminosos na hora da execução. Todas as manhãs e todas as noites cada um passava uma hora orando sozinho em oculto. Nas orações paravam de vez em quando para observarem se oravam com o devido fervor. Sempre oravam ao entrar e ao sair dos cultos na igreja. Três dos membros desse grupo, mais tarde tornaram-se famosos entre os crentes: 1) João Wesley, que talvez tenha feito mais que qualquer outro para aprofundar a vida espiritual, não somente de então, mas também de nosso tempo; 2) Carlos Wesley, que che­gou a ser um dos mais espirituais e famosos escritores de hinos evangélicos; e 3) Jorge Whitefield, que se tornou o comovente pregador ao ar livre.
Naquele tempo, sentia-se a influência de João Wesleyem muitas partes das Américas, e hoje ainda é sentida. Contudo, passou menos que dois anos neste continente, e isto durante o período da sua vida, quando se achava per­turbado por causa de dúvidas. Aceitou a chamada para pregar o Evangelho aos silvícolas na colônia de Geórgia, desejoso de ganhar sua salvação por meio de boas obras. Pensou que vaidade e ostentação mundana não se encon­trariam nas matas da América.
Como era característico em sua vida, a bordo do navio em viagem à América do Norte, observava, com outros de seu grupo, um programa para não desperdiçar um momen­to durante o dia; levantava-se às quatro horas e deitava-se depois das vinte e uma. As primeiras três horas do dia eram dedicadas à oração e estudo das Escrituras. Depois de cumprir tudo que estava indicado no programa do dia, o cansaço era tanto que, não obstante o bramido do mar e o balanço do navio, dormiam sem perturbação, deitados sobre um cobertor estendido no convés.
Na Geórgia, a população inteira afluía à igreja para ou­vir a sua pregação. A influência de seus sermões foi tal que, depois de dez dias, uma sala de baile ficou quase inteira­mente abandonada, enquanto a igreja se enchia de pessoas que oravam e eram salvas.
Whitefield, que desembarcou na Geórgia alguns meses depois de Wesley voltar à Inglaterra, assim descreveu o que viu: "O êxito de João Wesley na América é indizível. Seu nome é precioso entre o povo, onde lançou os alicerces que nem os homens nem os demônios podem abalar. Oh! que eu possa segui-lo como ele seguiu a Cristo!" Contudo, a Wesley faltava uma coisa muito importante, conforme se vê pelos acontecimentos que o levaram a sair da Geórgia, como ele mesmo escreveu:
"Faz dois anos e quase quatro meses que deixei a mi­nha terra natal para pregar Cristo aos índios da Geórgia; entretanto, o que cheguei eu â saber? Ora, vim a saber o que eu menos esperava: fui à América para converter ou­tros, mas nunca fora realmente convertido a Deus."
Depois de voltar à Inglaterra, João Wesley começou a servir a Deus com a fé de um filho e não mais com a fé dum simples servo. Acerca desse assunto, eis o que ele escreveu:"Não reconhecia que esta fé era dada instantaneamente, que o homem podia sair das trevas para a luz imediata­mente, do pecado e da miséria para a justiça e gozo do Espírito Santo. Examinei de novo as Escrituras sobre este ponto, especialmente Atos dos Apóstolos. Fiquei grande­mente surpreendido ao ver quase que somente conversões instantâneas; quase nenhuma tão demorada como a de Saulo de Tarso". Desde então começou a sentir mais e mais fome e sede de justiça, a justiça de Deus pela fé.
Fracassara na sua primeira tentativa de pregar o Evan­gelho na América, porque, apesar de seu zelo e bondade de caráter, o cristianismo que possuía era uma coisa que rece­bera por instrução. Mas a segunda etapa de seu ministério destacou-se por um êxito fenomenal. E porque o fogo de Deus ardia na sua alma, chegara a ter contato direto com Deus por uma experiência pessoal.
Relatamos aqui, com suas próprias palavras, a sua ex­periência na qual o Espírito testificou ao seu espírito que era filho de Deus. Essa experiência transformou completa­mente a sua vida.
"Eram quase cinco horas, hoje, quando abri o Novo Testamento e encontrei estas palavras: 'Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas para que por elas fi­queis participantes da natureza divina" (2 Pedro 1.4). An­tes de sair, abri mais uma vez o Novo Testamento para ler estas outras palavras: 'Não estás longe do reino de Deus...' (Marcos 12.34). À noite, senti-me impelido a assistir em Aldersgate... Senti o coração abrasado; confiei em Cristo, somente em Cristo, para a salvação: foi-me dada a certeza de que Ele levara os meus pecados e de que me salvara da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todas as mi­nhas forças... e testifiquei a todos os presentes do que sen­tia no coração."
Depois dessa experiência em Aldersgate, Wesley aspi­rava a bênçãos ainda maiores do Senhor, conforme ele mesmo escreveu: "Eu suplicava a Deus que cumprisse to­das as suas promessas na minha alma. O Senhor honrou este anelo, em parte, não muito depois, enquanto eu orava com Carlos, Whitefield e cerca de sessenta outros crentes em Fetter Lane". São de João Wesley também estas palavras: "Cerca das três horas da madrugada, enquanto perseverávamos em oração (Romanos 12.12), o poder de Deus nos sobreveio de tal maneira, que bradamos impulsiona­dos de grande gozo e muitos caíram ao chão. A seguir, ao passar um pouco o temor e a surpresa que sentimos na pre­sença da majestade divina, rompemos em uma só voz: 'Louvamos-te, ó Deus, aceitamos-te como Senhor'".
Essa unção do Espírito Santo dilatou grandemente os horizontes espirituais de Wesley; o seu ministério tornou-se excepcionalmente frutuoso e ele trabalhou ininterrupta­mente durante 53 anos, com o coração abrasado pelo amor divino.
Um pastor prega, em média, cem vezes por ano, mas João Wesley pregou cerca de 780 Vezes por ano, durante 54 anos. Esse homenzinho, com a altura de apenas um metro e sessenta e seis centímetros e pesando menos de sessenta quilos, dirigia-se a grandes multidões e sob as maiores pro­vações. Quando as igrejas lhe fecharam as portas, levan­tou-se para pregar ao ar livre.
Apesar de enfrentar a apatia espiritual quase geral nos crentes, a par de uma onda de devassidão e crimes no país inteiro, multidões de 5 mil a 20 mil afluíam para ouvir seus sermões. Tornou-se comum, nesses cultos, os pecadores acharem-se tão angustiados, que gritavam e gemiam. Se célebres materialistas, tais como Voltaire e Tomaz Paine, gritaram de convicção ao se encontrarem com Deus no lei­to de morte, não é de admirar que centenas de pecadores gemessem, gritassem e caíssem ao chão, como mortos, quando o Espírito Santo os levava a sentir a presença de Deus. Multidões de perdidos, assim, tornavam-se novas criaturas em Cristo Jesus, nos cultos de João Wesley. Mui­tas vezes os ouvintes eram levados às alturas de amor, gozo e admiração; recebiam também visões da perfeição divina e das excelências de Cristo, até ficarem algumas horas como mortos. (Ver Apocalipse 1.17.)
Como todos que invadem o território de Satanás, os ir­mãos Carlos e João Wesley, tinham de sofrer terríveis per­seguições. Em Moorfield os inimigos do Evangelho acaba­ram com o culto, destruindo a mesa em que João subira para pregar e o insultaram e maltrataram. Em Sheffield, a casa foi demolida sobre a cabeça dos crentes. Em Wednesbury, destruíram as casas, roupas e móveis dos crentes, deixando-os desabrigados, expostos à neve e ao temporal. Diversas vezes João Wesley foi apedrejado e arrastado como morto, na rua. Certa vez foi espancado na boca, no rosto e na cabeça até ficar coberto de sangue.
Mas a perseguição da parte da igreja decadente era a sua maior cruz. Foram denunciados como "falsos profe­tas", "paroleiros", "impostores arrogantes", "homens des­tros na astúcia espiritual", "fanáticos", etc. Ao voltar para visitar Epworth, onde nascera e se criara, João assistiu, no domingo, ao culto da manhã e ao culto da tarde, na igreja onde seu pai fora fiel pastor durante muitos anos, mas não lhe foi concedida a oportunidade de falar ao povo. Às de­zoito horas, João, em pé, sobre o monumento, que marcava o lugar em que enterraram seu pai, ao lado da igreja, pre­gou ao maior auditório jamais visto em Epworth - e Deus salvou muitas almas.
- Qual a causa de tão grande oposição? Entre os crentes da igreja dormente , alegava-se que eram as suas pregações sobre a justificação pela fé, e a santificação. Os descrentes não gostavam dele porque "levou o povo a se levantar para cantar hinos às cinco da madrugada."
João Wesley não somente pregava mais que os outros pregadores, mas os excedia como pastor, exortando e con­fortando os crentes, e visitando de casa em casa.
Nas suas viagens, andava tanto a cavalo, como a pé, ora em dias ensolarados, ora sob chuvas, ora em temporais de neve. Durante os 54 anos do seu ministério, andou, em média, mais de 7 mil quilômetros por ano, para alcançar os pontos de pregação.
Esse homenzinho que andava 7 mil quilômetros por ano, ainda tinha tempo para a vida literária. Leu não me­nos de 1.200 tomos, a maior parte enquanto andava a cava­lo. Escreveu uma gramática hebraica, outra de latim, e ainda outras de francês e inglês. Serviu durante muitos anos como redator dum jornal de 56 páginas. O dicionário completo que compilou da língua inglesa era muito popu­lar, e seu comentário sobre o Novo Testamento ainda tem grande circulação. Revisou e republicou uma biblioteca de cinqüenta volumes, reduzindo-a para trinta volumes. O li­vro que escreveu sobre a filosofia natural teve grande acei­tação entre o ministério. Compilou uma obra de quatro vo­lumes sobre a história da Igreja. Escreveu e publicou um livro sobre a história de Roma e outro sobre a da Inglater­ra. Preparou e publicou três volumes sobre medicina e seis sobre música para os cultos. Depois da sua experiência em Fetter Lane, ele e seu irmão Carlos, escreveram e publica­ram 54 hinários. Diz-se que ao todo escreveu mais que 230 livros.
Esse homem de físico franzino, ao completar 88 anos, escreveu: "Durante mais de 86 anos não experimentei qualquer debilidade de velhice; os olhos nunca escurece­ram, nem perdi o meu vigor". Com a idade de 70 anos, pre­gou a um auditório de 30 mil pessoas, ao ar livre, e foi ouvi­do por todos. Aos 86 anos fez uma viagem à Irlanda, na qual, além de pregar seis vezes ao ar livre, pregou cem ve­zes em sessenta cidades. Certo ouvinte assim se referiu a Wesley: "Seu espírito era tão vivo como aos 53 anos, quan­do o encontrei pela primeira vez".

João Wesley - um herói da fé - 1

João Wesley
Tocha tirada do fogo
(1703-1791)
O céu, à meia-noite, era iluminado pelo reflexo sombrio das chamas que devoravam vorazmente a casa do pastor Samuel Wesley. Na rua, ouviam-se os gritos: "Fogo! Fo­go!" Contudo, a família do pastor continuava a dormir tranqüilamente, até que os escombros ardentes caíram sobre a cama de uma filha, Hetty. A menina acordou sobressaltada e correu para o quarto do pai. Sem poder sal­var coisa alguma das chamas, a família foi obrigada a sair casa a fora, vestindo apenas as roupas de dormir, numa temperatura gélida.
A ama, ao ser despertada pelo alarme, arrebatou a criança menor, Carlos, do berço. Chamou os outros meni­nos, insistindo que a seguissem, desceu a escada; porém, João, que então contava cinco anos e meio, ficou dormin­do.
Três vezes a mãe, Susana Wesley, que se achava doen­te, tentou, debalde, subir a escada. Duas vezes o pai ten­tou, em vão, passar pelo meio das chamas, correndo. Sentindo o perigo, ajuntou a família no jardim, onde todos caí­ram de joelhos e suplicaram a favor da criança presa pelo fogo.
Enquanto a família orava, João acordou e, depois de tentar descer pela escada, subiu numa mala que estava em frente a uma janela, onde um vizinho o viu em pé. O vizi­nho chamou outras pessoas e conceberam o plano de um deles subir nos ombros de um primeiro enquanto um ter­ceiro subia nos ombros do segundo, e alcançaram a crian­ça. Dessa maneira, João foi salvo da casa em chamas, ape­nas instantes antes de o teto cair com grande fragor.
O menino foi levado, pelos intrépidos homens que o sal­varam, para os braços do pai. "Cheguem, amigos!", cla­mou Samuel Wesley, ao receber o filhinho, "ajoelhemo-nos e agradecemos a Deus! Ele me restituiu todos os meus fi­lhos; deixem a casa arder; os meus recursos são suficien­tes." Quinze minutos depois, casa, livros, documentos e mobiliários, não existiam mais.
Anos depois, em certa publicação, apareceu o retrato de João Wesley e embaixo a representação de uma casa ar­dendo, com as palavras: "Não é este um tição tirado do fo­go?" (Zacarias 3.2).
Encontra-se nos escritos de Wesley, a seguinte referên­cia interessante, desse histórico sinistro: "Em 9 de feverei­ro de 1750, durante um culto de vigília, cerca das onze ho­ras da noite, lembrei-me de que era esse o dia e a hora, ha­via quarenta anos, em que me tiraram das chamas. Apro­veitei-me do ensejo para relatar a maravilhosa providên­cia. Os louvores e as ações de graças subiram às alturas e grande foi o regozijo perante o Senhor". Tanto o povo, como João Wesley, já sabiam naquele tempo porque o Se­nhor o poupara do incêndio.
O historiador Lecky, nomeia o Grande Avivamento como sendo a influência que salvou a Inglaterra de uma re­volução, igual à que, na mesma época, deixou a França em ruínas. Dos quatro vultos que se destacaram no Grande Avivamento, João Wesley era o maior. Jônatas Edwards, que nasceu no mesmo ano de Wesley, faleceu trinta e três anos antes dele; Jorge Whitefield, nascido onze anos de­pois de Wesley, faleceu vinte anos antes dele; e Carlos Wesley continuou o seu itinerário efetivo somente dezoito anos, enquanto João continuou durante meio século.
Mas a biografia deste célebre pregador, para ser com­pleta, deve incluir a história de sua mãe, Susana. De fato, é como certo biógrafo escreveu: "Não se pode traçar a his­tória do Grande Avivamento do século passado (1700), na Inglaterra, sem dar uma grande parte da herança merecida à mãe de João e Carlos Wesley; isso não somente por causa da instrução que inculcou profundamente aos filhos, mas por causa da direção que deu ao avivamento."
A mãe de Susana era filha de um pregador. Esforçada na obra de Deus, casou-se com o eminente ministro, Sa­muel Annesley. Dos vinte e cinco filhos deste enlace, Susa­na era a vigésima quarta. Durante a vida, seguiu o exem­plo da sua mãe, passando uma hora de madrugada e outra à noite, orando e meditando sobre as Escrituras. Pelo que ela escreveu certo dia, vê-se como se dedicava à oração: "Que Deus seja louvado por todos os dias em que nos com­portamos bem. Mas estou ainda descontente, porque não desfruto muito de Deus; sei que me conservo demasiada­mente longe dele; anseio ter a alma mais intimamente li­gada a Ele pela fé e amor".
João era o décimo-quinto filho dos dezenove filhos de Samuel e Susana Wesley. O que vamos transcrever, escrito pela mãe de João, mostra como ela era fiel em "ordenar a seus filhos e a sua casa depois" dela (Gênesis 18.19): "Para formar a mente da criança, a primeira coisa é vencer-lhe a vontade. A obra de instruir o intelecto leva tempo e deve ser gradual, conforme a capacidade da criança. Mas o sub­jugar-lhe a vontade deve ser feito de uma vez, e quanto mais cedo tanto melhor... Depois, pode-se governar a criança pela razão e piedade dos pais, até chegar o tempo de a criança poder, também exercer o raciocínio."
Acerca de Samuel e Susana Wesley e seus filhos, o cé­lebre comentador da Bíblia, Adão Clark, escreveu: "nunca li nem ouvi falar duma família; não conheço e nem existe outra, desde os dias de Abraão e Sara, de José e Maria de Nazaré, à qual a raça humana deve tanto."
Susana Wesley acreditava que "aquele que poupa a va­ra, aborrece a seu filho" (Provérbios 13.24), e não consentia que seus filhos chorassem em voz alta. Assim, apesar de a casa estar repleta de crianças, nunca havia tempos tristonhos nem balbúrdia no lar do pastor. Um filho jamais ganhou coisa alguma chorando, na casa de Susana Wesley.
Susana marcava o quinto aniversário de cada filho como o dia em que deviam aprender o alfabeto; e todos, a não ser dois, cumpriram a tarefa no tempo marcado. No dia seguinte, a criança que completava cinco anos e apren­dia o alfabeto, começava o estudo da leitura, iniciando-o com o primeiro versículo da Bíblia.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

BATALHA ESPIRITUAL - Parte 3

B. Os Juízos de Satanás e seus anjos:

Satanás e os anjos perderam sua posição no céu (Ez 28:16)
Ele foi julgado profeticamente no jardim do Éden
(Gn 3:16)
Cristo veio a primeira vez para destruir as obras do maligno. (I Jo 3:8; 5:18; Cl 2:14,15)
Quando Cristo voltar, Satanás receberá um castigo temporário dum mil anos no abismo (Ap 20:1-3)
No fim do milênio, no juízo final, Satanás e os seus anjos serão lançados no lago de fogo e enxofre para eternidade. (Ap 20:10)

III - COMO DEVEMOS LUTAR?

Três passos à vitória
A. Observações Iniciais:
1.. Satanás é feroz: "A razão pela qual muitos cristãos falham por toda vida é esta: eles sub-estimam o poder do inimigo. Temos um inimigo terrível com quem temos que lutar. Não deixa Satanás nos enganar. Pois assim estaremos mortos! Isto é guerra. Quase tudo que nos rodeia (neste mundo) nos desvia de Deus. Não saltamos do Egito ao trono de Deus num pulo só. Há um deserto, uma viagem, e há inimigos na terra." (D.L.Moody, cf. I Pe 5:8)

2.. Satanás é finito: não é onipotente, onipresente ou onisciente. Geralmente, no sentido direto, o diabo e os seus demônios não nos tentam diariamente. Claro, o mundo está controlado espiritual e moralmente por satanás. Mas tentação vem principalmente da nossa própria carne: cobiça, orgulho, concupiscência, falta de auto-controle, etc. (Tg 1:13-16; 4:1-8)

3.. Satanás e os demônios são limitados por Deus. O Senhor os permitem ser ativos, mas a graça que restrita não deixa-os fazem tudo que quiserem (Jó 1:6 , 2:7; Lc 22:31; 2 Co 12:7-9). Em qualquer situação. "...Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças... (mas) com a tentação vos proverá livramento..." (I Co 10:13). Cristo, nosso Sumo-Sacerdote, constantemente intercede por nós - Jo 17:15; Hb 7:25: I Jo 2:1-2.

Passo Um: Pureza
1. Cristo adquiriu nossa pureza na cruz. Apesar de falhas nas nossas vidas - das quais satanás gosta de nos acusar (Zc 3:1-5; Ap 12:10) - somos posicionalmente puros, vestidos na justiça de Jesus Cristo. Satanás não pode tocar nossa salvação, nem nos separar do amor de Deus (Rm 8:38,39); temos uma posição de aceitação e autoridade em Jesus Cristo. (Rm 8:1; Ef 1:6)

2.. Mas devemos buscar a santidade, experimentalmente realizando Sua chamada alta. O pecado na vida nos destrói, abrindo a porta para opressão.

Seja santificado pela Palavra - Jo 17:17: 2 Tm 3:16
Confessar e renunciar tudo na nossa vida contra Deus - Ef 4:27; I Ts 4:3 cf. Êx 20:4-6.
Nada disponhais para a carne - Rm 13:12-14
Chegai-vos a Deus - Tg 4:8
Passo dois: As armas de Deus
1.. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, cada peça tem propósito para lutar, e sugere como satanás ataca.
O largo cinto da verdade
A couraça da justiça
Calçai os pés com a preparação do evangelho
O escudo da fé
O capacete da salvação
2. A espada do Espírito = a Palavra de Deus (Mt 4:4)

3. O poder conquistador da oração:
No nome de Jesus - Jo 14:13,14'; 15:7;16; 16:23-27
Com consciência pura - Tg 4:2,3; 5:16; I Jo 3:21s.
Poder do Espírito Santo - Rm 8:26s; Ef 6:18; Jd 20s
Com fé - Hb 11:1-6; Mc 11:22-24; Tg 1:5-8; 5:14,15
Com perseverança - Ef 6:18; Cl 4:2; Lc 11:5-10
Às vezes com jejum - At 13:2-3; 14:23; Mc 9:29
Passo três: Como Vencer Satanás e os demônios

1.. Seja sempre sóbrio e vigilante - 1 Pe 5:8-9a

2.. Quando você confrontar a presença satânica, não seja tolo. Tome cuidado - Jd 9; 2 Pe 2:10s; At 19:12-17

3.. Reconheça a sua autoridade em Jesus Cristo - Lc 9:1; 10:1-20; At 5:16; 8:7; 16:16-18; I Jo 4:4; Mc 16:17.

4.. Também; os demônios crêem e tremem - Tg 2:19

5.. Imediatamente, no nome de Jesus, peça que o Senhor quebre os poderes de Satanás e os demônios e limpe a situação. Lembre-se que o Sangue de Cristo é a prova que Satanás foi conquistado na cruz, e que o seu juízo foi selado.

6. Em casos graves, ache outros irmãos logo que possível. Junte-se com eles para orar e resistir ao maligno. Não tente exorcizar ou confrontar sozinho um demônio, exceto quando é difícil de achar ajuda. Nos casos de habitação demoníaca, seria sábio em procurar líderes cristãos que tem experiência nisso. Entretanto, você, bem preparado, pode exorcizar sozinho.

7. "Sujeitai-vos pois à Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós"(Tg 4:7)
"Eles, pois o (Acusador) venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e mesmo em face de morte, não amaram a própria vida". (Ap 12:11)

BATALHA ESPIRITUAL - Parte 2

destruidor; exterminador" (Abadom = sheol ou hades 3 vezes; a morte 2 vezes; provavelmente aqui "o anjo do abismo", o rei dos demônios.
Demônios, gg. daímon 5 vezes: daimónion 60 vezes vb. daimonízomai 13 vezes: fora de 10 vezes, todos os usos ficam nos Evangelhos. Geralmente = seres espirituais e maus (às vezes, deuses dos pagãos); provavelmente os demônios sãos os anjos de Satanás que caíram com ele.

Os demônios tem personalidade; inteligência (2 Co 11:3); vontade (2 Tm 2:26); emoções (Ap 12:17)
Eles sabem da sua condenação (Mt 8:29; Lc 8:28-31)
Alguns já estão encarcerados no abismo e alguns destes serão libertados na grande tribulação (2 Pe 2:4; Jd 6; Ap 9:14; 16:14: Lc 8:31, etc.)
Eles conhecem a Jesus (Mt 8:29: Mc 1:24)
Eles tem suas doutrinas e promovem doutrinas falsas (1Tm 4:1-3)
Podem habitar em homens e animais (Mc 4:24; 5:13)
Eles podem causar doenças (Mt 9:33; cf. Jo 2:7)
Alguns poderosos enganam as nações (Dn 10:13; Ap 16:13,14; Is 24:21)
B. Caráter e Atividade de Satanás:

1.) A pessoa de Satanás (Ez 28:12,17; Is 14:12-15)
No mundo antigo, um rei freqüentemente foi deificado e visto como o mediador entre a sua cidade-país (i.é., Tiro, Babilônia, Roma) e o deus nacional. Nestas passagens, os profetas falam não somente ao rei, mas ao deus-espírito atrás do rei.
Satanás foi criado "querubim da guarda ungido, o sinete da perfeição, formoso, poderoso, mas finito.
Ele caiu por causa do orgulho (Is. 14:12-14; Ez 28:15-17 cf.. I Tm 3:6)
O que Satanás tem, é dado, permitido e limitado pelo Deus soberano.
"O Diabo acha que ele está livre; mas ele tem um freio na boca e Deus segura as rédeas"(B.B. Warfield).

2.) Posição de Satanás:
Ele ainda tem acesso ao trono de Deus.
(Jo 1:6; 2:1; Zc 3:1-6; Lc 22:31; Ap 12:7-10)
Ele reina sobre a hierarquia dos demônios.
(Mt 25:4; Ef 6:12: Ap 12:7)
Ele reina sobre este mundo.
(Lc 4:5,6; 2 Co 4:3;4; Ef 2:1-3; I Jo 5:19-20)

3.) Atividade do Diabo e seus anjos:
Tentar: (Gn 3:1; Mt 4:11; 16:23; Lc 22:31; At 5:3; I Co 7:5; I Tm 3:6,7; I Jo 2:16)
Confundir, enganar, contrafazer, imitar ( I Co 10:20; 2 Co 4:3,4; 11:13-15 (anjo de luz); 2 Ts 2:9; Ap 16:13s; 20:3)
Destruir - (Lc 8:12 (tirar a Palavra); I Pe 5:8; Ap 12:13-17)
Habitação: "possessão demoníaca" não comunica bem o conceito do gg. daimonizomenos (Mt 15:22) = "endemoninhado", que é um estado de passividade humana causada pelos demônios; o controle de alguma forma dum demônio (cf. Mt 12:22-28, 43-45)
Especificamente contra os cristãos: tenta-os a mentir (At 5:3); à imoralidade (1 Co 7:5); semeia o joio para enganar e atrapalhar (Mt 13:38s; 1 Ts 2:18); perseguição (Ap 2:10); difamação e calúnia (Ap 12:10); cria problemas físicos (2 Co 12:7-10)

Qual a diferença entre Opressão Satânica e Possessão Demoníaca?

Possessão é Demoníaca e Opressão é Satânica:
Na Possessão a vítima é dominada pelo demônio, corpo, alma e espírito.

O crente que estiver andando com Deus em fé e obediência não pode ser possuído de um espírito demoníaco, cf: (Ap 3:20; Rm 12:1;2; II Co 5:17; Jo 3:3-5; Ef 1:13-14; Jo 14:23-30; Jo 14:16; II Co 2:16: 12-13; 1 Co 3:16-18; 1 Co 6:19-20; Rm 8:9-10; 1 Jo 5:19; Jo 14:30).

Opressão - todos os cristão são alvos de Satanás para cairmos numa vida de pecado, por isso muitos cristãos podem sofrer, cf. (E 6:13; Tg 4:7)

Obsessão demoníaca - é um ataque mais intenso de ataque demoníaco (II Co 12:7-10).

II - QUEM É O VENCEDOR? O poder do Sangue de Cristo

A.) O que Cristo fez na cruz: 17 cumprimentos
"Porque Jesus Cristo é Deus e homem, a Sua morte na cruz tem valor infinito para todos que crêem" (F.Schaeffer)
Substituição: Ele morreu no nosso lugar (Lv 1:4; Mt 20:28; Tm 5:6-8; 2 Co 5:15-21; 1 Pe 3:18)
Redenção: pagou o preço para libertar-nos (At 20:28; Rm 3:24; Ef 1:7; 1 Pe 1:18-19)
Propiciação: satisfez a ira santa de Deus contra os pecados (Rm 3:25; Hb 2:17; 1 Jo 2:2)
Reconciliação: o homem pode ser amigo de Deus (Rm 5:10,11; 2 Co 5:18-21; Ef 1:10; 2:16)
Justificação: a justiça de Cristo é imputada a nós (At 13:39; Rm 3:19-26; 5:9; 8:30,31; 2 Co 5:21; Ef 1:4)
Base do perdão dos pecados antes da cruz (Rm 3:25; Hb 9:15; 10:1-14)
O fim da lei Mosaica; agora há "a lei de Cristo", a lei do Espírito. Rm 3:19-28; 6:14; 8:2-4; 10:4; 13:8s; 2 Co 3:6-17: Gl 3:19-25; Fp 3:3; Cl 2:14; I Jo 3:23)
Base da adoção como filhos e herdeiros maduros - Rm 8:14-17; Gl 3:23-26; 4:1-7.
Base da obra do Espírito Santo em nós - Jo 3:1-7; 16:8-11; I Co 12:13; Ef 1:13-14; 4:30; 5:18)
Base da santificação - posicional e experimental - I Co 1:2; 6:11; Ef 5:26-27; I Ts 4:3; I Pe 1:15-16.
O juízo da natureza pecaminosa: quebrou o poder controlador do pecado; podemos viver vidas que agradam a Deus. Rm 6:1-14; Gl 5:13-25.
Base do perdão dos pecados do crente: filhos que caem da comunhão com Deus devido ao pecado. Rm 8:1s; I Jo 1:7; 2:2.
Jesus é o primogênito do processo da morte, ressurreição, ascensão e glorificação que nós seguiremos (I Co 15:12-23; Cl 1:18; I Ts 4:13-17: Hb 2:9-15; I Jo 3:1,2.)
Base da redenção da natureza. Rm 8:18-22; Is 65:17-25; Ap 21:1s.
Base da purificação das coisas no céu - Hb 9:22-24 (cf. 8:1-5; 9:11)
A cruz é a base do juízo dos incrédulos - o dom da salvação rejeitado - Jo 16:8-11, cf. Jo 3:14-18,36; 2 Ts 1:6-11; Ap 20:11-15.
Na cruz, o pecado, a morte e Satanás foram vencidos:
o pecado - I Jo 5:18-19; cf. n.11 acima
a morte - Jo 5:24-27; I Co 15:55-57; Hb 2:14-15; Ap 20:14
Satanás e os demônios - Jo 12:31-33; Hb 2:14,15; Ap 20:10

BATALHA ESPIRITUAL - Parte 1

Introdução:
"Há dois erros iguais e contrários em que nossa raça pode cair com respeito aos diabos. Um é não acreditar na sua existência. O outro é acreditar e sentir um interesse excessivo e insalubre neles." (C.S. Lewis, Screwtape Letters, p.3)

Creio que hoje mais do que nunca se cumprem estas palavras de C.S. Lewis, temos igrejas que nem acreditam no diabo e por outro lado temos igrejas que acreditam demais no diabo. Você está em guerra, não estamos vivendo uma vida de Disneylandia espiritual, esta guerra acontece 24 horas por dia, Satanás não descansa, não tira férias, não passa mais tarde.

Hoje a Igreja vive uma diferente perseguição de Satanás, pois hoje ele está agindo dentro da Igreja. Durante muitos anos ele agiu fora da Igreja, mandando matar os cristãos, mas hoje ele está matando os cristãos com as mais variadas heresias. Pastores estão exorcizando cidades, crentes estão sendo possuídos por demônios.

"Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós,
pois não lhe ignoramos os desígnios." (2 Co 2:11)

I - QUEM É O INIMIGO: Satanás e seus anjos
A.) Terminologia bíblica: Satanás é achado em 7 livros do A.T., e por cada autor do N.T.:

Satanás:
a.) A.T. hb. satan, "adversário" do verbo "ficar em emboscada (como inimigo); opor-se"; satã é usado 15 de 23 vezes para a pessoa de Satanás.
b.) N.T. gg. satanás é quase sempre o grande adversário de Deus e do homem - o Diabo; das 36 vezes, só três não se referem absolutamente à pessoa de Satanás. (Mt 16:23; Mc 8:33: Jo 6:70).

Diabo: gg. diábolos, 33 vezes, "caluniador, difamador".
Outros nomes de Satanás: Nos nomes vemos o caráter de Satanás:
"O grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás,
"O sedutor de todo mundo" Ap. 12:9;
"Acusador dos nossos irmãos , Ap.12:10:
"Lúcifer" ou "a estrela da manhã" Is.14:12 (cf. 2 Co 11:14: anjo de luz)
"Belzebu" maioral dos demônios - Mt 12:24
"Maligno" Mt 13:38
"Belial" - "sem lei; anárquico; desordenado" 2 Co 6:15
"Tentador" - Mt 4:3; 1 Ts 3:5
"Inimigo" Mt 13:28,29
"Homicida" Jo 8:44
"O Pai da mentira" Jo 8:44
"O deus deste século" - 2 Co 4:4
"O Príncipe da potestade do ar" Ef. 2:2
"O Príncipe deste mundo" Jo 14:30; 16:11
"O Abadom" (Hb); "Apoliom" (gg) Ap. 9:11